Iacoe Michaela
Sentimentos, Poesias, Cronicas
Textos
8 expressões da língua portuguesa que não fazem tanto sentido como pensamos
Todos sabemos que, na língua portuguesa, há uma expressão ou provérbio adequados a qualquer situação que surja nas nossas vidas. Todas as expressões fazem sentido porque os nossos ouvidos estão habituados a elas há anos e anos mas façamos um pequeno exercício: coloquemo-nos no lugar de um estrangeiro que está aprendendo português e que, como qualquer pessoa que está a aprendendo uma língua nova, procura traduzir tudo o que ouve ao pé da letra.
São capazes de imaginar o que lhes passa pela cabeça ao ouvir/ler as expressões que temos como típicas? Não? É precisamente por isso que fizemos esse exercício com as oito expressões icônicas que se seguem.
1. Passar pelas brasas
Passar pelas brasas, no sentido literal, não quer dizer mais do que passar por um local onde estão pedaços de carvão ou madeira que já arderam, mas ainda não se tornaram cinza e que, por isso mesmo, estão impecáveis para grelhar um bom naco de carne. De alguma maneira, nós conseguimos dar a volta a estas palavras e transformá-las numa forma de dizer que dormimos um bocado.

2. Muitos anos a virar frangos
Sabem quem é que passa muitos anos a virar frangos? Quem passa muitos anos a trabalhar naqueles locais de venda de comida para fora onde a maioria do que as pessoas compram é frango. Isso ou alguém que coma frango assado em casa todos os dias há anos. Sabem quem é que usa esta expressão não fazendo parte de nenhum dos grupos acima mencionados referindo-se simplesmente ao fato de ser experiente noutra coisa qualquer? Todas as pessoas.
3. Apanhar ar
Já experimentaram ir à rua quando estão se sentindo mal com um saco e meter ar lá para dentro? Não. Sabem porquê? Porque não faz sentido a menos que vivam em Fátima e pretendam fazer disso um negócio.

4. Bater as botas
Bater as botas é uma frase que devia ser usada apenas para nos referirmos a sapateiros. Curiosamente é usada para tudo menos para nos referirmos a um sapateiro. A menos que o sapateiro tenha falecido, claro.

5. Procurar uma agulha num palheiro
Vamos parar uns minutos para pensar na origem desta expressão. Alguém perdeu uma agulha num palheiro? Se sim, porque é que foi para lá com ela? Posto isto, alguém foi procurá-la? Se sim, isto faz-nos questionar a sanidade mental da pessoa que pensou para consigo “olha, sim senhor, muito bem, passemos agora uma tarde a procurar uma agulha no meio de montes de palha”.

6. Encher chouriços
Alguma vez tiveram o prazer de ver um jogo de futebol na Choupana (o estádio do Nacional da Madeira, em Portugal)? Na maioria das vezes há um nevoeiro que se prolonga muito depois da hora de início dos jogos. O que é que um comentador de televisão faz nesse período? Enche chouriços de forma figurada, mas, tendo em conta a conversa sobre condições meteorológicas que ninguém quer ouvir, seria mais interessante se o fizesse de forma literal.

7. Barriga a dar horas
Há duas coisas que só existem em Portugal: a palavra saudade e as barrigas que dão horas. Se isto funcionasse realmente assim, as indústrias relojoeiras estavam acabadas nesse país.

8. Chorar sobre leite derramado
Imaginem-se a tomar o café da manhã às 7 horas, quando ainda nenhum supermercado está aberto. Colocam os cereais numa taça e começam a derramar sobre eles o leite (como deve ser feito). Notam que falta muito pouco para acabar o pacote de leite que é o último que têm em casa. Têm uma espécie de espasmo na mão e o resto do leite cai no chão em vez de cair dentro da taça. Vão ter de comer metade dos cereais sem qualquer tipo de líquido. É aqui que se chora sobre leite derramado, certo?

Pequena diversão para a sexta-feira.
Iacoe Michaela
Enviado por Iacoe Michaela em 15/02/2019
Alterado em 21/02/2019
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