O preço da inteligência é a solidão?
Faço essa digressão para insistir na noção de que a inteligência não se resume à crítica, mas também age num sentido positivo, na compreensão de uma ideia. Trata-se de um exercício empático de alto nível, e que com ele traz comunhão. Muitas vezes o inteligente se põe em momentos de solidão para poder raciocinar com a devida tranquilidade, mas o inteligente nunca se limita a tal momento, haja vista que a inteligência é um serviço que se presta a uma comunidade – comunidade que o formou, o nutre, o respeita. O inteligente se relaciona melhor com as pessoas, porque está acostumado a ouvi-las, a fazer ecoar em si aquilo que a outra pessoa tem em seu coração. Além disso, a parte crítica que certamente há na inteligência, ajuda a distinguir aquilo que há de mais valioso e amoroso no mundo, e saber isso nos torna ainda mais felizes. Aliás, isso é consequência natural do nosso ser; se a pessoa humana é relação, então todos os âmbitos humanos, como a alimentação, a sexualidade, a inteligência, a religião, a política, etc., serão relacionais. Por tudo isso, nos tornamos mais humanos. Pelo egoísmo, negamos tudo isso e somos cada dia mais solitários. Inteligência tem a ver com serviço, alteridade e contemplação. O que torna a pessoa solitária é a negação do intelecto.
Iacoe Michaela
Enviado por Iacoe Michaela em 31/03/2019
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