Minha juventude me escapa
através dos poemas
De um verso a outro,
balançando os braços
Minha juventude me escapa
na fonte seca
E os cortadores de vime
desvastam meus vinte anos.
Não iremos mais ao bosque
da canção do poeta
O refrão de dois centavos,
os versos bestas
cantando e sonhando
com o rapaz da festa
Que eu esqueci até do nome.
Não iremos mais ao bosque
procurar violetas
Hoje, a chuva cai,
apagando nossas pegadas
As crianças, no entanto,
têm a cabeça cheia de canções
Mas eu nem as conheço
Minha juventude me escapa
em uma música de violão
Ela parte de mim mesmo
em silêncio, a passos lentos
Minha juventude me escapa.
Ela rompe as amarras
E carrega nos cabelos
a flor dos meus vinte anos
Não iremos mais aos bosques
quando chegar o outono
Eu esperarei a primavera
enquanto dissolvo as folhas dos problemas
Ele não voltará mais,
e se meu coração estremecer
É porque está caindo a noite.
Não iremos mais às árvores,
não mais juntos
Minha juventude me escapa
no ritmo de teus passos
Se você ao menos soubesse
como ela se parece com você
Mas você não sabe,
mas você nem sabe.